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ENTREVISTAS Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 23 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos.
Abraão Leite Sampaio
Quem é você?
Abraão Leite Sampaio, nascido em 08 de Março de 1955 na cidade de Santa Branca- São Paulo.
Cursei engenharia industrial na UNSTA (Universidad Del Norte Santo Tomaz de Aquino – Católica de Tucúman – Argentina). Curso básico de Literatura espanhola UNT (Universidad Nacional de Tucúman – Argentina). Engenheiro Metalúrgico, graduado pela UNIVALE (Universidade Vale do Rio Doce). Curso de pós-graduação em “Docência do Ensino Superior”, na UGF (Universidade Gama Filho)-Campus Gonzaga.
No decorrer de minha graduação, tive a oportunidade de vivenciar dois governos ditatoriais. Meu ingresso no curso se deu no ano de 1976, final do governo democrático de Izabelita Perón, segunda esposa do caudilho, General Juan Domingos Perón que havia falecido no poder sendo substituído pela vice.
Nesta época encontrava-me na província de Tucumán, situada no noroeste argentino, precisamente em sua capital: San Miguel de Tucumán.
Através de um convênio cultural, existente entre Brasil e Argentina, passei a cursar Engenharia Industrial.
Com o golpe militar ocorrido em março de 1976, nós estudantes sentimos de imediato a truculência imposta pelo novo regime, onde a liberdade no expressar e no agir, já não era mais admitida naquele meio onde há pouco o livre expressar enriquecia aquilo que nos era ensinado, dando a cada um o tão sonhado aprender dentro do campo escolhido.
A partir daí veio à mudança que cada vez mais nos tolhia, fazendo com que os ensinamentos fossem efetuados por professores alinhados com o novo regime, pois devido nos encontrarmos em uma região onde o grupo armado ERP (Ejército Revolucionário Del Pueblo), tinha sua base definida. Porque a localização geográfica da cidade era propícia ao movimento e também pelo grande número de estudantes estrangeiros simpatizantes do grupo, existentes nas duas Universidades e inúmeras Faculdades da capital.
Mesmo com todas as adversidades, dei seguimento ao meu curso, pois apesar da arbitrariedade do governo militar, era notável a importância que o país dava ao desenvolvimento cultural, onde tive a oportunidade de assistir palestras de grandes mestres da língua espanhola, dentre os quais me recordo com grande clareza o dia em que: Jorge Luiz Borges esteve na universidade, apesar de seu alinhamento com o governo, seu brilho não foi ofuscado pela ideologia e houve aplausos, não caberia outra reação dos acadêmicos, porque Borges transcendia ao mundo ideológico com suas brilhantes narrativas.
Devido à forte ofensiva imposta pela tropa direitista aos militantes de esquerda, fazendo com que a segurança já não tivesse mais confiabilidade, voltei ao Brasil sem que minha graduação fosse concluída, depois de cinco anos neste país onde apesar dos contratempos, trago belíssimas recordações.
Ao voltar ao Brasil, também sob um regime ditatorial, porém sem aquela opressão reinante no país vizinho, passei a cursar Engenharia Metalúrgica, graduando-me na mesma. Sobre meu período de estudos já dentro da Metalurgia, tive experiências muito diferentes daqueles anos de estudos na Engenharia Industrial, aqui vi e presenciei o desinteresse em que as autoridades se dirigiam a este setor. Aqui a oposição ao regime era realizada de uma forma totalmente diferente daquela que havia vivenciado na escola anterior, aqui o meio estudantil buscava a socialização do ensino, pois o acesso à Universidade era extremamente limitado, o que não ocorria no país vizinho, pois o ingresso era livre e gratuito, o que os deixava numa posição bem mais cômoda que a nossa, pois lutavam por melhoria no ensino, que a meu ver estavam bem à frente de nós.
Os anos se passaram e concluímos que o avanço não chegou, temos sim grandes quantidades de casas de estudos, porém oferecendo um aprendizado que não trará aquilo que o meio científico se baseia para sustentar as novas descobertas. Claro que neste universo de escolas a que o país dispõe, existem exceções com excelentes qualidades, mas é pouco para uma nação com este volume populacional que se aumenta cada vez mais.
Como e quando você começou a se interessar por Literatura?
Sempre trilhei o caminho das exatas, mas para minha felicidade tive o prazer de posicionar-me diante do grande contista, ensaísta, romancista enfim um artista das letras, o incomparável”Jorge Luiz Borges”. Fato ocorrido no ano de 1978 quando o grande mestre veio como palestrante na Universidade Nacional de San Miguel de Tucuman – Argentina.
Ali tive um imenso desejo de tentar pelo menos sonhar em visualizar suas pegadas, antes que o mito desaparecesse como num encanto já como um ser inexistente, pois mesmo com aquela proximidade física havia uma linha transcendental entre aquela figura soturna, motivada talvez pela cegueira já se acentuando, porém com uma áurea brilhante que ofuscava os demais presentes, e nós espectadores hipnotizados no decorrer de palestra inigualável.
Como é a relação que você identifica entre a sua vida e a sua obra?
No decorrer de minha vida fui obrigado a ter o contato direto com as exatas, mas posso afirmar com toda segurança, que a resolução de um calculo não mexe com meu emocional, assim como um verso me traz a alegria e o sonhar de que tudo em nosso viver pode-se realizar.
Quais são seus autores preferidos?
Tenho uma admiração tão acentuada pelos homens que nos levam em viagens onde as variedades de paisagens, diálogos e personagens nos embalam em sonhos que nem o mais profundo dormir traria, que fico na inibição de diferencia-los.
Portanto vou apenas fechar os olhos e lembrar-me de todos que vierem a minha mente e dizer vocês escritores são responsáveis pelo clarear brilhante das manhãs e o escurecer das noites para nossas prosas, quando somos abandonados pela estrela mestra... cintilante e brilhosa.
A CBJE
Fui informado da existência da CBJE pela amável e competente escritora, Eritânia Brunoro através de seu site.
Para que um grupo chegue a nos cativar, há que realçar uma série de atributos que o mesmo deixa transparecer ao longo deste estar próximo. Portanto para que ocorra esta inclinação recíproca entre nós e estes são necessários que haja os contatos, tanto oralmente como a presença física que viria a ser o fator principal, pois o gesticular, olhar atencioso e a forma despojada com que nos dirige irá mostrar esta face agradável que poucos conseguem. Mas a simpatia ainda vai além destes comportamentos, ela é o sorrir sem o movimentar facial, onde as expressões dos indivíduos nos fazem com que aquele momento traga todos os resultados aonde a resolução vem de forma natural sem que houvesse esforços para obtê-los. Porque quem age com estas características tem o dom de nos encher de pensamentos com vias livres, onde os obstáculos torna-se de fáceis transpor, permitindo que a caminhada seja leve na busca do resolver.
Vocês que compõem a direção da CBJE, mesmo sendo impossibilitados do estarem diante, evidenciaram que é possível mostrar o sorriso, o gesticular e até mesmo um afago sem estar presente.
Agradecimentos, a este grupo encantador em fazer este trabalho que fará o saber ter seu real valor.
Que conselho você daria aos que estão começando na carreira?
Em primeiro, buscar conhecimento da língua para que ao delinear as palavras não se retraia com a insegurança que o desconhecer nos traz.
Dúvida não há que o escrever é um dom, mas o aprimoramento vem com o folhear das páginas destes nossos magníficos escritores, conclui-se então que quanto mais se pratica mais contorno sem arestas terão: seus versos, suas crônicas, seus contos... enfim seus escritos brilharão como o passar da luz solar pelas frestas.
Contato: abraaosampaio@yahoo.com.br
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