Ruelas do passado.
Calçamento desnivelado... areia e pedras desencontradas.
Assim eram, margeadas de postes coroados de abajures,
luzes amareladas... noites turvadas contrastando com as atuais iluminadas.
Liberdade sem medo havia seriedade no educar da infância à puberdade.
Alinhamento sem gabarito, pois ignoravam o "teodolito".
Jogos inocentes praticados nestes espaços desatados pelos então adolescentes
Eram puros, mesmos com fácil visão... das "estreitas",
pais e mães nos janelões a espreitas.
Pés ao natural... sem a vestimenta quotidiana atual.
Com este desvelar a agilidade aflorava, tornando-os mais ariscos,
libertando-os a saltitar, como a leveza dos irracionais em liberdade campal.
Hoje o descompasso é como bailado sem som adequado,
pureza distanciada daquela sociedade hierarquizada.
Já não mais alcançamos a paz anterior,
apagaram sem sentimentos e temor, os "ternos"... amor e pudor.
Foram-se aqueles iluminares enternecidos por onde o caminhar não produzia ruídos,
Perdeu espaço para estes passos... agora com os pés revestidos,
tirando-lhes o irmanar terra homem... porque "deixaram-se" e não mais querem se tocar.
Abraão Leite Sampaio.
Poema editado por concurso literário:
"Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea"
Ano 2011".
Br Letras.
ANTOLOGIA DELICATTA VI.
No Itaú Cultural.
Poemas:
Ela: Tornando-se primeiro pronome.
Ruelas do passado.
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