sábado, 25 de março de 2017

Sophia Abrahão, cantora e atriz declamando meu poema: Ela: tornando-se primeiro pronome.


Ela: tornando-se   primeiro  pronome

Não... não é a terceira pessoa,
em defesa do amor assumo o risco do erro grosseiro.
Elevando-a ao primeiro degrau,
Podem, outros pronomes me tacharem de débil ao cair para [terceiro
.

Mas realizo-me deixando-a estar em primeiro plano,
afinal...”Eu” deixo-a subir. E tu?...
Obviamente sabendo que “Tu” és “Ela”,
concordarás ficar em lugar soberano.


Ao elevar-lhe, mostro-lhe o quão te amo,
Porque mexer em regras, chega a beirar-se o profano ,
cometendo com o idioma um ato desumano.


Crítica... não me aborrecerá nem me tocará,
A curiosidade e o recrear... é ver o adaptar-se,
dos verbos... agora buscar meios de como se posicionará.
 
  

                                                      Abraão Leite Sampaio .

quarta-feira, 15 de março de 2017

Crônica de minha autoria em forma de poema, homenageando Jorge Amado. É utilizado como parte de tese de doutorado na Universidade Federal Fluminense.


Ver na página 66 do link

  http://static.recantodasletras.com.br/arquivos/5913689.pdf?1487690546

Jorge Leal Amado de Faria, nosso... “Amado Jorge”

 Baiano?

 Conterrâneos deste mestre romancista que, de “Jubiabá” a “Farda Fardão...”, hipnotizou esta nação, me concedam o permisso... para dizer que não!

Porque “Jorge” nasceu em cada canto deste imenso país; portanto, para nós das alterosas, ele é mineiro, inclusive daqueles que jamais deixam uma frase sem o uai.

Ao postarmos a interrogação de norte a sul, encontraremos vinte e seis estados argumentando ser seu berço natal... E também o “Distrito Federal“, afeiçoando-se de forma incisiva, querendo apossar-se de nosso “Leal”.

Na “Academia”, teve aconchego especial, de sessenta e um a dois mil e um, sentou-se na vinte e três, cujo patrono era “José”, o nosso maior representante da corrente literária indianista brasileira, o grande Alencar aclamado por Machado, que o alcunhou "o chefe da literatura nacional".

Por quatro décadas, iluminou o então “Pavilhão Francês”, edifício que nos deixa na obrigação de um eterno agradecimento ao governo e arquitetura francesa por tal doação, que fez perpetuar nomes que abrilhantam nossa literatura.

Com seu ferrenho e ativo patriotismo, entrou para o campo político com a alma sem manchas e sorriso indulgente aos que se postavam em confronto ao seu socialismo, de perfeita adequação ao nosso povo naquela sua “Intentona Comunista”.

Mas seu instinto criativo, para nossa satisfação e orgulho que a Nação teria deste filho ilustre, forçou o abandono deste caminho insistente em tirar nosso“Amado Jorge” das letras, e que lhe trouxe consagração eterna.

Quando houve dedicação contínua à arte que praticava com habilidade e facilidade de malabares em picadeiros, caiu sobre o filho de João, que lhe entregou, de coração e razão, o sobrenome “Amado”. As glórias merecidas... Tendo ombrear natural com os grandes, não só da arte literária, mas também com os que davam brilhos a telas multicoloridas e admiradas pelo mundo, cujos pincéis e tintas eram ferramentas destes “Deuses” das artes plásticas e seu expoente maior era: Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno Maria de los Remédios Cipriano de la Santíssima Trinidad Ruiz y Picasso, que, num resumo adequado, ficou “Pablo Picasso”, que, por inúmeras vezes, esteve diante deste escrevedor incansável.

Neste patamar onde só aos iluminados vem a permissão para ficar, os mecenas se acotovelavam para agora estender seus tapetes e honras, mas nosso romancista já não mais necessitava desta escada para ter sua obra divulgada, pois tinha a seus pés o povo e sua Nação, que insistia em reafirmar ser sua amada.

Ao discorrer sobre tão coroado vulto, vejo meu deslize com a intenção ingrata com os irmãos cujas praias, a estrela maior não a deixa ao longo do ano.

Portanto, me redimo e digo: é de vocês. E ninguém jamais ousaria contradizer as formosas Ilhéus e Itabuna, que cederam berços acolchoados para ninar este filho que estas duas mães querem legitimar, numa disputa louvável. Não aceitam serem madrastas; querem agasalhá-lo como sendo as que amamentaram aquele que ao mundo seus nomes, como estrelas de alto brilho, sempre mencionou.

Amado... “Jorge Amado”, tenha a paz eterna, é merecedor, pois aqui transitou com passos de grandes, sempre elevando a brasilidade à esfera terrestre, empunhando a haste que delineava páginas e páginas numa pluralidade que marcou para sempre nossas mentes com constantes e profundas saudades.

                             Abraão Leite Sampaio